As "eternas" EL34 - a nostalgia

Quem trabalha em assistência ténica a equipamento de áudio, profissional ou doméstico, já se deparou certamente com as "relíquias " a válvulas.

Sendo certo que ainda existe uma fatia de mercado de áudio Hi-Fi a tubos de vácuo, no mundo dos músicos profissionais, a válvula ocupa um lugar de destaque, nomeadamente nas etapas pré-amplificadoras, drivers e amplificadoras, especialmente amplificadores de guitarra eléctrica.

A válvula electrónica ou o tubo de vácuo, apesar de apresentar maior distorção hármónica que o transístor, caracteriza-se por ter harmónicas ditas pares, melhor "processadas" pelo sistema auditivo humano que as ímpares dos seus homólogos de estado sólido, os transístores.

Não menos verdade é o facto de que cada vez mais nos equipamentos topos de gama se utilizam os duplos tríodos ECC83 (Europa) e 12AX7 (EUA), como garante de uma qualidade sónica bastante boa. Estas válvulas são geralmente as que "entregam em boas mãos" o sinal áudio às válvulas amplificadoras de potência do estágio de saída, no caso ás válvulas EL34.

O Marshall 6100 special edition, é uma edição comemorativa do 30º aniversário da marca nestes amps (1962 - 1992) , na realidade já lá vão 46...

Este amplificador de guitarra eléctrica é dono e senhor de uns robustos 100 watts (rms) , com 4 EL34 emparelhadas em modo push-pull, pré amplificado por uma ECC83 simétricamente acoplado ás grades dos pêntodos destas últimas.

No pré amplificador deste Marshall existem 3 canais a saber: clean, crunch e lead, todos eles valvulados com duas ECC83 cada.

As "divas" EL34 (válvulas maiores duas encobertas pelo transformador de saída)

As "filhas" ECC83

No caso o amplificador em questão tinha um canal avariado, o crunch não funcionava, derivado à falta de polarizações dos tríodos . Feito o rastreamento indicado eram de facto duas resistências de grade (gate) com valores alterados, de 100k tinham alterado pra 500k, verificadas todas as grades das válvulas e as tensões, foi calibrado o bias (polarização) nas EL34 e testado em modo tríodo e pêntodo. O esquema técnico pode ser fornecido. Em modo tríodo a potencia máx é metade, 50 W, mas tem as suas vantagens, maior linearidade e menos brilho.

Chevin, peso vs dinâmica

A arquitectura Chevin deriva duma patente da Hafler Audio, pode ser vista no seu website, com transístores bipolares em configuração de emissor comum. A Chevin usa mosfets (da Exicon) no estágio final. Estes amplificadores são todos de fabrico manual. Excelente qualidade sonora.

A fonte de alimentação é comutada, mas com um desenho muito simples, assemelha-se aos balastros electrónicos, sem circuito integrado pra oscilar mas com fets auto osciladores, a fonte é bastante leve, com boas características de potência.

Estes modelos, em especial os que eu assisti, eram os A3000 e A5000 (na foto), literalmente 3000 e 5000 watts de potência eficaz (bridge mode)!! Cada A3000 tem dois osciladores e o A5000 tem quatro.

Na imagem estão dois osciladores sem a cobertura de aluminio final que tb serve de dissipador. Cada oscilador leva 12 hexfet da IR e um peq transfo de sinal. Oscilam a 100 khz.

O A3000

Qualquer coisa como 32 mosfets de potência (16 por canal) admitindo cargas de 2 ohms a debitar 1200 watts potência Din (1 khz) por canalem cargas de 2 Ohm. Tenho a esquemateca desta série "A" toda.

Note-se o pormenor do dissipador em chapas rodelas e parafusos, além da particularidade das duas faces da pci, ligadas por fios das gates, torna este amplificador uma experiência única na reparação de amplificadores de potência.

Verificados os osciladores, no caso, os dois estavam bastante deteriorados, os andares de potência são revistos minuciosamente, fet a fet, afinal operam com cargas de alto valor de corrente em que cada mosfet tem de estar nas suas melhores condições.


segue-se a montagem, o acoplamento térmico é todo revisto, passando aos apertos mecânicos

Já liga... uma vantagem deste amplificador, é a de ser possível ensaiar as várias etapas apenas com alguns cuidados efectuando pequenos bypass e basculamentos de gates.

os testes finais, completamente montado e apertado.



usei uma onda quadrada, após sinusoidal, de 1000 Hertz e a resposta do amplificador foi esta...

boa linearidade, slew rate bastante rápido, sem oscilações nos andares finais, mesmo com varrimentos até 50 khz. A onda quadrada, da fig, era de frequência bem superior á banda áudio.

A Saga dos Microcontroladores

Depois de apostar numa versão ligeira da Atmel,com os AVR's, começo agora a fazer pequenos trabalhos com os PIC's da Microchip, numa placa de desenvolvimento a meu ver espectacular, a Easypic5, uma vez que permite uma versatilidade muito boa tanto nas versões dos PIC's como nas possibilidades de expansão e linguagens de programação.

Aspectos positivos da placa são sem dúvida o software, adaptado pela MikroElektronica que elaborou os compiladores duma forma muito intuitiva.

Tanto o MikroBasic como o MikroC, estão muito bons, na medida em que tá feito pra nos preocuparmos apenas com a programação. Ao ponto de um simples copy paste de um programa dum modelo de Pic para outro, só se corrigirem alguns parâmetros óbvios e tá a compilar num instante.

Como se pode ver, acessível e muito detalhado em informação e ajudas técnicas.

Tem a vantagem de bastar os 5 Volts provenientes do USB, para "acordar" a EasyPic5, o que torna ainda mais prática esta placa, assim como as expansões.

Como o caso deste RTC (real time clock) e a easyconnect, permite em poucas acções começar um trabalho continuado.

RTC com a bateria e a Easyconnect

Espaço Técnico na Blogosfera

Pois é, também as electrónicas podem ser comentadas em blogs, é isso que aqui se pretende, fazer deste espaço um local de partilha de conhecimento nesta área tão vasta.

O objectivo é a divulgação de vários aspectos técnicos abrangente de interajuda na rede.

O Blog conterá matérias quanto baste de electrónica, áudio, microcontroladores, programação, robótica, música, etc.

Carlos Jorge